quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Obras de fantasia e suas influências

 
Eu tenho 4 filhos e em casa nós temos o hábito da leitura e gostamos muito de cinema, e nossos pequenos estão acolhendo tais hábitos também (como já citei aqui: http://alobrandalise.blogspot.com/2011/09/ler-faz-bem-voce-ja-tentou.html). Mas existe uma coisa que sempre preocupa os pais, tios, avós, etc.: a influência do que se lê e assiste nas crianças e jovens.

Em casa temos uma preferência declarada por literatura fantasiosa, e acredito que qualquer má-influência somente ocorrerá se nós deixarmos as crianças lerem sem os devidos cuidados. Isso vale para qualquer coisa, sejam livros, filmes, desenhos, gibis, mangás, etc.. O que nós colocamos para eles é que se tratam de obras de fantasia, ou seja, que são estórias criadas para diversão e que não existem de verdade. A consciência é criada também pelo que os pais passam.

Muito já vi acerca da opinião de muita gente contrária à leitura dos livros de Harry Potter (a partir daqui usarei a sigla HP) por crianças e jovens porque fala de bruxaria, e confesso que de certa forma isso me causou uma certa contrariedade, pois eu não gosto de “carolice” exacerbada. Não gostar do tema ou autor é uma coisa (por exemplo, eu não gosto de Paulo Coelho – acho seus livros fracos), mas a partir daí dizer que qualquer obra é do capeta não dá.

J.R.R. Tolkien
Eu sou fã das obras de Tolkien e considero que “O Senhor dos Anéis” é melhor em termos literários em comparação com HP. A produção para o cinema foi melhor também, até porque a obra literária favoreceu para tanto. Mas li os livros, vi os filmes, e não encontrei nada em sua obra que pudesse trazer má-influência às crianças e/ou jovens.

Agora, tem livros que somente podem ser lidos quando se tem uma consciência crítica, como exemplo os do Bernard Cornwell que trazem muitas críticas ao clero, ainda que apresentem alguns (poucos) bons exemplos de sacerdotes. Estes são livros bem escritos, com ótimos enredos, personagens bem construídas, mas não podem ser lidos como verdades históricas absolutas.

Qualquer literatura deverá ser lida sob a luz do Magistério da Igreja, e em caso de literatura fantasiosa com as ressalvas de que aquilo não existe, seja Branca de Neve e os Sete Anões ou Harry Potter.

O mesmo vale para filmes e seriados de TV. Vejam os diversos fãs de filmes e livros de vampiros (virou moda e deixaram os vampiros muito fadinhas), assim como os fãs nerds (eu me declaro nerd … rsss) de Star Wars, Star Trek, Matrix, etc.

Uma coisa é se ler/assistir determinadas obras, outra coisa é tentar vivenciar aquilo. Fantasia faz bem enquanto for encarada como atividade lúdica, e não como forma de vida. Nada de operar as orelhas para que fiquem pontudas (como as dos elfos ou do Dr. Spock), nada de usar apenas roupas do Star Trek ou sabres de luz na rua (em casa já não fica tão bem, imagine na rua), nada de ficar usando termos em quenya ou sindarin (línguas élficas criadas por Tolkien) a todo momento, etc.

Temos que saber separar o que é lúdico do que é real. Sabendo isso, podemos auxiliar quem precisa. Se for para condenar HP, vamos condenar também outras obras que podem causar (se já não causam) estragos tão grandes se não até maiores. E aqui entre nós: sei que muitos que lerão este texto cresceram assistindo Tom e Jerry, Pernalonga e Pica-Pau, e nem por isso tornaram-se sacanas como os protagonistas desses desenhos.

Ver o demônio em tudo não dá certo. Ao mesmo tempo, acolher algo sem a devida análise crítica também não dá certo. EQUILÍBRIO, este é o segredo.

NOTA: sei que tem obras que não são recomendáveis mesmo, mas deixo aberto para quem se interessar que possa fazer comentários sobre isso.
__________________________________________
Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, Obras de fantasia e suas influências, publicado em 30/11/11 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com/2011/11/obras-de-fantasia-e-suas-influencias.html

4 comentários:

  1. Meu amigo, você foi muio feliz ao expor que "ver o demônio em tudo é desequilíbrio." Concordo contigo em gênero, número e grau, uma vez que, como você sabe, também sou fanzasso das obras do Tolken, da saga HP, entre outros que a nossa classe nerdológica bem sabe e conhece como poucos.

    Recomendo sim, a leitura de todos os livros de Tolken e de Rowling, sobretudo para desanuviar a ignorância, para poder tecerem quaisquer tipos de comentários.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Post Scriptum: Várias vezes ao ano elaboro provas de Filosofia, para os níveis Fundamental e Médio, a partir dos filmes do HP e Matrix. ;)Ou seja, também são fontes inesgotáveis de busca de conhecimentos. Basta querer enxergar isso.

    Cresci (não tanto fisicamente hehe) assistindo Caverna do Dragão, Tunder Cats, Jaspion, Giraya, Giban, Jaspion, fora os heróis da Marvel, entre outros e não me arrependo em nada disso, ao contrário! Me orgulho bastante.

    Não preciso falar do meu "romance" com Ágatha Christie, por conta da qual, comecei a gostar deste estilo literário.

    ResponderExcluir
  3. Julga como "coisa do demonio" aqueles que nunca se deram o prazer de ler algumas dessas obras literarias citadas para se ter uma opinião sobre tal. Sou fã e leitora de literatura fantasiosa. Acredito que, se as pessoas (os brasileiros em especial) lessem mais, alem do que é pedido em faculdade, escolas, etc...teriamos uma sociedade mais culta, mais critica (com consistencia e construtiva), menos alienada na TV e nas "modinhas". Não tenho filhos ainda, mas quando tiver terei o prazer de incentivá-los a boas leituras, construtivas e divertidas!

    ResponderExcluir
  4. Blog de leitura obrigatória, especialmente para conferir as dicas de de semana.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...