sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Católico: legalista ou jujuba? Escolha seu caminho

Diante da reação a declarações do Pe Fábio de Melo, parece que o mundo se dividiu em católicos "legalistas" e "jujubas". Acredito que vale a pena tecer alguns comentários sobre isso.

Os "legalistas", também chamados de "caçadores de hereges", "defensores da fé", e de forma mais jocosa, "ghostbusthers" (fazendo uma referência ao filme Os Caça-Fantasmas), são aqueles que se posicionaram contra as palavras do Padre Fábio e apontaram onde estava o erro na doutrina e tradição da Igreja.

O "jujubas" são aqueles que defenderam o Padre, dizendo que era tudo inveja, que estamos voltando à inquisição, que desse jeito vão acabar por excomungando o Papa e até mesmo Jesus.

Onde me encaixo nessa história? Faço parte da primeira leva, e vou explicar o porquê da minha decisão.

Como já escrevi em texto anterior aqui no blog, eu fui como Saulo de Tarso. Era contra a Igreja e criticava muito os católicos e ao Papa, e quando encontrei a Deus voltei à Igreja, decidi estudar a fé católica, sua Tradição e Doutrina, e aprendi muito. Aliás, não só aprendi muito, mas passei a amar a Santa Igreja Católica, aos Papas, Santos, e etc.. Entendi e acolhi a Tradição e a Doutrina, apaixonei-me pela Liturgia. Depois disso passei a me tornar um defensor da fé. Sim, aceito este termo com gosto.

Para saber mais, acesse: Grandes heresias
Quer me ver bravo? Algo parecido com um cachorro com pelos eriçados? É só me aparecer algum católico falando besteira. Confesso que de protestantes, evangélicos, espíritas e etc., eu já espero este tipo de atitude e por isso não me incomodam tanto, mas quando isso vem de católicos (ou pelo menos dos que se dizem católicos), isso me irrita profundamente. Esse povo que fica relativizando a fé católica para se adaptar à sociedade atual não deve saber o que estão fazendo, pois estão colocando a Igreja em risco, como já tivemos em diversos momentos da sua história. Não foi à toa que tantos se levantaram contra essas heresias, como Santo Atanásio, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, São Pio X e tantas outras pessoas.

Houve um tempo em que o conhecimento da Doutrina e Tradição ficava mais isolada no clero, e hoje os leigos não só tem acesso a esta informação, mas podem (e devem) auxiliar na propagação e manutenção deste pilares da fé católica. Por isso, podemos (E DEVEMOS) tomar para si o empenho em lutar por ela quando se fizer necessário.

Os "jujubas" dizem que "não podemos julgar", "quem somos nós para condenar alguém", "quem não tiver pecado que atire a primeira pedra", e blá blá blá. Estas atitudes favorecem que o erro se propague e acabe se "tornando verdade". Querem um exemplo? Vejam este comentário:


O Padre é evangelizador? É. Atinge muitas pessoas? Atinge. E É EXATAMENTE POR ISSO QUE SE DEVE MANTER DENTRO DA DOUTRINA E TRADIÇÃO CATÓLICA, e não ficar falando besteira por aí. Qualquer coisa que alguém como ele diga atinge a muito e acaba se tornando verdade.

Infelizmente o Padre Fábio, assim como tantos outros na Igreja, adocicam a fé e não falam a verdade. Vão contra o que dizia São João Maria Vianney:
“Se um sacerdote quiser se salvar, precisa, quando encontrar alguma desordem na paróquia, saber calcar aos pés o respeito humano, o temor de ser desprezado e o ódio de seus paroquianos, ainda mesmo estando certo de que, ao baixar do púlpito, vai ser assassinado. Isso não o deve amedrontar. Um pároco que quiser cumprir o seu dever, deve estar sempre de espada em punho. [...] Depois de proferir violentas invectivas contra os maus exemplos dos pais, se quer fazer-lhes conhecer as suas faltas e as de seus filhos, eles se enfurecem, vituperam-no, falam mal dele e o fazem objeto de mil contradições”.
Tais pessoas que criam a "fé jujuba" tem seus fãs, seus adeptos, e vão defende-los não importando o que falem, mesmo ser ver o que disseram:


Podem me chamar de legalista, de alguém que usa a lógica humana para amarrar as mãos de Deus, usar um racionalismo barato para enrijecer a ação de Deus, mas para mim a novidade de Deus se reflete NA IGREJA. 

Repito aqui o que já disse no facebook:

Tem gente que prefere ficar apenas no Evangelho das flores, superficial, doce como mel.

Brinco com um amigo a respeito de gostarem mais de São Francisco de Assis do que dos demais santos da Igreja, porque só pegam o discurso bonitinho, falam dos pequenos animais, do amor, etc., por isso ele é tão popular. Mas esquecem dos espinhos e privações, e de compromisso e fidelidade à Igreja. 

Esquecem de Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São Pio X. NÃO QUEREM LER AS PALAVRAS DOS PAPAS PIO XII, JOÃO PAULO II E BENTO XVI. 

O que importa é o amor, e quando alguém, leigo ou sacerdote, fala besteira ou só adocica o Evangelho, se qualquer pessoa disser qualquer coisa contra é taxado de fariseu, que ressuscitou a inquisição, que não podemos julgar, e blá blá blá.

Não se dão ao luxo nem de ler o Catecismo: "1861. (...) No entanto, embora nos seja possível julgar se um ato é, em si, uma falta grave, devemos confiar o juízo sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus."

Aprendam, podemos sim falar dos atos de uma pessoa. Faremos (pelo menos eu farei) isso. 

"Todo e qualquer leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, «segundo a medida concedida por Cristo» (Ef. 4,7). [...] Segundo o grau de ciência, competência e autoridade que possuam, têm o direito, e por vezes mesmo o dever, de expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja." (Lumen Gentium 33. 37)

E sobre "não podemos julgar", pensem antes de falar uma besteira dessa. Para você dizer se algo é bom ou ruim, se passa por um julgamento, ainda que pessoal. Então VOCÊ também julga.

Como diz o meu amigo Padre Leonardo Wagner:

"O problema não são os católicos, são os pseudo-católicos. O problema não é a Igreja, pois ela é Santa, o problema é a caricatura que alguns têm da Igreja ou a "igreja" que alguns insistem em fazer de acordo com a sua vontade e desejos caprichosos. O problema não são os padres, mas os traidores da vocação, desertores da Igreja, lobos infiltrados (e esses são poucos, graças a Deus!). Sim, existem os que se dizem católicos e não o são, infelizmente. Esses fazem muito mal à Igreja de Cristo.
Rezemos, e não nos cansemos de fazer o bem e testemunhar o Evangelho na sua pureza e integridade!"

Tem muita gente que gosta de bater no peito e dizer que luta contra o relativismo e etc., MAS NA HORA DE DEFENDER A IGREJA E A FÉ CATÓLICA, INCLUSIVE DE QUEM FALA BESTEIRA DENTRO DA IGREJA, prefere dizer que não podemos julgar e blá blá blá. Está na hora de pararem de frescura, respeito humano, e assumirem serem católicos de verdade.

Poderia aqui citar diversos textos ou trechos em que nós católicos temos o dever de apontar a heresia e o erro, ainda mais quando é público, e ainda, mostrar o que é certo. 

Se você não gosta disso, prefere ficar nesse catolicismo superficial, saiba que você não está ajudando em nada.

Sinceramente, eu escolhi ser "legalista", mas isso não significa que meu coração é de pedra. Significa que acolhi a Igreja como um todo, e não só as partes doces. Quem fica de "jujubice" com a Doutrina e Tradição da Igreja, está relativizando a fé Católica. Isso eu não faço e não gosto que façam.
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Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, Católico: legalista ou jujuba? Escolha seu caminho, publicado em 24/01/14 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com/2014/01/catolico-legalista-ou-jujuba-escolha.html

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