domingo, 28 de setembro de 2014

O esvaziamento da Igreja Católica


Ao contrário do que alguns podem pensar não falarei aqui de esvaziamento de fiéis. O tema deste texto é o esvaziamento de símbolos dentro da Igreja Católica, que foi um dos motivos pelo esvaziamento de fiéis. Conseguiu compreender? Então vamos lá.

Recentemente o Jô Soares entrevistou o excomungado Padre Beto, e quando entraram no assunto sobre o uso de batina, em determinado momento o entrevistador fala:
“Desculpa, não estou querendo entrar em polêmica. É que eu acho fantástico o simbolo. Eu acho que a Igreja Católica perdeu muito exatamente porque abriu mão de vários símbolos. Porque o que atraí na crença é também a simbologia dessa crença… Os padres ficaram mais laicos que os próprios frequentadores (leia-se fiéis).”
Infelizmente Jô Soares tem uma grande razão no que diz, pois vemos que diante de uma tentativa de "modernização" do catolicismo, retiraram a mística e profundidade de muitas coisas. Para ser mais "acessível", banalizaram ou deixaram de lado vários aspectos.

A perda da mística e profundidade se deu de forma muito acentuada no século XX, pois havia uma mentalidade de se afastar do "homem medieval" e buscar o "homem racional e moderno". Não é à toa que São Padre Pio de Pietrelcina foi perseguido e censurado até mesmo dentro da Igreja, e por parte do alto clero no Vaticano. Muitos não aceitavam mais a experiência mística e espiritual, tudo teria que ter uma explicação científica e racional, ainda que para os Papas a visão fosse outra.

Papa Bento XVI
A situação se agravou com a vinda do Concílio Vaticano II (CVII) - antes que alguém ache que aqui vou criticar o CVII, pode tirar o cavalinho da chuva. Como muito bem já nos apontou o Papa Bento XVI (discurso de 22 de dezembro de 2005), criaram um tal de "espírito do concílio" que serviu como desculpa para "justificar" diversas mudanças que muitos queriam fazer na Igreja, ou mesmo banalizar o que é sacro apenas porque não se acredita mais. Não é culpa do CVII, mas dos que se aproveitaram dele para fazer reformar no que não precisava.

Essa ideia de uma "Igreja nova" foi ampliada de forma absurda, e até hoje é usada como justificativa para se fazer o que quiser, e ao mesmo tempo, não se dar importância ao que verdadeiramente importa, ao essencial. Sob a ideia de uma "nova evangelização" necessária para o mundo moderno, se começa a relativizar o que a Igreja diz. Não é á toa que já ouvi gente dizendo que só vale o que os papas pós-conciliares disseram, descartando inclusive as palavras de São Pio X (papa de 4 de agosto de 1903 à 20 de agosto de 1914). Um grande erro, próprio de quem gosta de escolher aspectos da fé católica para viver e descartar o resto como se estivesse escolhendo produtos no supermercado.

Em uma postagem recente aqui no blog (Fé ou marketing?) eu trouxe um texto de uma palestra de 1977, em que o palestrante discorre sobre algumas mudanças ocorridas na Igreja e que fizeram com que ela perdesse a sua identidade e reduzisse muito a espiritualidade dos atos e símbolos. 

Vou citar alguns exemplos que vejo, mas com certeza temos muitos mais (se alguém quiser comentar, fique à vontade):

Traje eclesiástico: não há nenhuma liberação para que sacerdotes não usem as vestes clericais, pelo contrário, há determinação expressa de que se deve usar (para maiores esclarecimentos, leia este texto - Da obrigatoriedade do uso do traje eclesiástico). Mas muitos tem a ideia errada de que se chega mais perto das ovelhas ao se parecer como elas, como se a batina (ou outra veste apropriada) as afugentasse.

Este é um engano terrível. São João Paulo II já pediu aos sacerdotes que tenham coragem de assumir sua vocação, usando o principal instrumento visível:
“A vós e aos sacerdotes, diocesanos e religiosos, eu digo: alegrai-vos de ser testemunhas de Cristo no mundo moderno. Não duvideis em fazer-vos reconhecíveis e identificáveis na rua, como homens e mulheres que consagraram sua vida a Deus. (…) As pessoas têm necessidade de sinais e de convites que levem a Deus nesta moderna cidade secular, na qual restaram poucos sinais que nos lembram do Senhor. Não colaboreis com este excluir a Deus dos caminhos do mundo, adotando modas seculares de vestir ou de vos comportar!” (Discurso em Maynooth, em 1º de outubro de 1979)
O Papa Bento XVI disse uma vez:
"O presbítero é servo de Cristo, no sentido que a sua existência, ontologicamente configurada com Cristo, adquire uma índole essencialmente relacional: ele vive em Cristo, por Cristo e com Cristo ao serviço dos homens. Precisamente porque pertence a Cristo, o presbítero encontra-se radicalmente ao serviço dos homens: é ministro da sua salvação, nesta progressiva assunção da vontade de Cristo, na oração, no 'estar coração a coração' com Ele." (Audiência do dia 24 de junho de 2009)
Lendo esta palavras vejo que quando o sacerdote coloca suas vestes clericais, seja a batina (que acho bela) ou o clegyman, está dizendo a todos: eu sou padre, servo de Cristo e estou a seu serviço. Mesmo que sejam homens iguais a todos, ao mesmo tempo não são, pois neles reside uma graça especial que os diferencia dos demais. Quando querem ser igual a todo mundo, é como se recusassem esta graça, ainda que não seja a intenção.

Como já pediu o Papa Bento XVI:
"É urgente recuperar a consciência que impele aos sacerdotes a estarem presentes, identificáveis e reconhecíveis, tanto pela sua fé, pelas virtudes pessoais como pelos hábitos, cultura e caridade que foi sempre o centro da missão da Igreja."
A veste clerical ajuda a identificar e reconhecer o sacerdote, que hoje tanto necessita destes sinais visíveis. 

Vou trazer um exemplo de como a batina traz a todos uma simbologia diferente de qualquer outra roupa. Uma vez um seminarista que conheci (que hoje é padre) foi pregar um retiro e o tema que ele iria falar era pecado, um tema difícil, ainda mais para jovens que em sua maioria não eram frequentadores da Igreja. Pois bem, ele vai usando a sua batina que chamava a atenção de longe, ainda mais porque ele era bem gordo. Eu perguntei porque ele resolveu colocar a veste (já que não era seu hábito usar), e ele disse que era um instrumento que prenderia a atenção de todos e imporia a seriedade necessária para o tema. Ou seja, não é apenas um pano preto, mas traz consigo toda uma simbologia importantíssima.

Assim, mesmo correndo o risco de contrariar amigos sacerdotes, reitero minha opinião: PARA MIM SACERDOTE TEM QUE USAR BATINA, ou pelo menos o clegyman. E se alguém se interessar por outros elementos importantes da batina, leia este texto - Excelências da Batina.

Liturgia: sobre este tema eu já escrevi muito no blog e você pode conferir clicando aqui - LITURGIA. Mas vou falar de algumas coisinhas que mostram bem a banalização do Sagrado.

Tem gente que acha que a Missa deve ser uma festa, e que a celebração deve ser festiva. Para isso resolveram que a música deve encher os ouvidos e corações, com muitos instrumentos e vozes, belos cantos, alguns até animadinhos demais, incentivando a todos a viver uma experiência emocional forte ... o que fez com que em algumas Missas se tornassem o principal atrativo. Não interessa a homilia, as orações (inclusive, se puderem ser cantadas, melhor ainda), o silêncio, etc. O que importa é que a música seja uma grande atração.

Tenho amigos que atuam neste ministério dentro da Missa e muitas vezes fazem belíssimos trabalhos, mas também chegam a esquecer que este não é foco da celebração. A música deve ser apenas um auxílio, e não um acessório essencial. Hoje, para mim, quanto menos barulho melhor, por isso evito celebrações em que os cantos sejam altos. 

Ainda, tem gente que gosta de "deixar a Missa mais bonita e emotiva" e coloca música onde não deve na celebração. No ato da consagração do pão e do vinho, em que se transformam em Corpo e Sangue de Cristo, NÃO SE TOCA E NEM CANTA NADA!!!! Por favor, nem mesmo na elevação do cálice com o Sangue de Cristo. É PARA FAZER SILÊNCIO!!!

Por que cometem este tipo de erro? Porque acham que fica bonito, porque acham que é um momento para se adorar a Deus, etc. Ou seja, com base no "espírito do Vaticano II", acham que podem mudar a previsão litúrgica.

Outro grande problema está em que muitos sacerdotes (e isso eu já vi, mesmo conhecendo vários outros que agem de forma correta) celebram a Missa sem ao menos acreditar no que estão fazendo. É sério, parece brincadeira mas não é. Quer conhecer a fé do sacerdote? Veja ele celebrando a Missa, em especial o zelo que tem no altar. É ali que acontece, em todas as celebrações, um dos grandes milagres de Deus. Não é apenas uma repetição de orações prontas, mas em cada ato há uma profundidade mística e espiritual gigantesca.

Quando vejo um sacerdote que faz tudo de qualquer jeito, que faz brincadeiras especialmente durante o serviço do altar, já sei que a vida espiritual dele está ruim. Deve ter problemas de oração, crise vocacional, crise de fé, ou qualquer outra coisa do estilo. Este tipo de coisa é um grande problema para ele e para a Igreja, como já disse o Papa Francisco:
"O bispo que não reza, o bispo que não escuta da Palavra de Deus, que não celebra todos os dias, que não se confessa regularmente, e o mesmo para o padre que não faz estas coisas, com o tempo, perdem a sua união com Jesus e vivem uma mediocridade que não é boa para a Igreja. Por isso, devemos ajudar os bispos e padres a rezarem, a ouvirem a Palavra de Deus que é o alimento diário, a celebrarem a Eucaristia todos os dias e irem à confissão regularmente. Isto é tão importante porque diz respeito à santificação dos sacerdotes e bispos." (Audiência geral de 26/03/14)
São João Maria Vianney também já falou sobre isso:
"Quanto é triste um padre que não tenha vida interior. Mas para tê-la, é preciso que haja tranqüilidade, silêncio e o retiro espiritual."
Não há como se ter uma profunda celebração eucarística se o sacerdote que a está celebrando não crer no que está fazendo, ou pelo menos ter o zelo litúrgico necessário.

Vejo algo que me incomoda em todas as Missas: a imensa maioria das pessoas vai receber a comunhão como se estivesse em uma fila para ganhar uma bala. Não há o menor respeito pelo Cristo presente na hóstia. Por que isso? Vejo três principais motivos:

1. falta de catequese adequada: por mais que tenha sido explicado quando a pessoa fez o o curso para a 1ª comunhão, não foi o bastante para mostrar a mística do momento. 

2. a postura do sacerdote: quando o sacerdote entrega o Corpo de Cristo de qualquer jeito, como se estivesse dando uma ficha ou uma bala, quem está recebendo entende que "aquilo" que recebe não passa de um pedaço fino de pão. Ao se tratar o Sagrado como algo banal, será entendido como algo banal.

3. a distribuição da comunhão ser feita diretamente na mão: muitos não sabem mas a regra é que a comunhão seja distribuída na boca do fiel e este esteja de joelhos. A possibilidade de se ministrar na mão e a pessoa de pé é a exceção ... mas que acabou "virando regra".

Se pelo menos voltassem a distribuir a comunhão como deve ser (na boca e o fiel de joelhos), com certeza vamos conseguir voltar a respeitar o Sagrado e resgatar os verdadeiros símbolos que foram banalizados na Igreja.

Sim, é verdade que a Igreja precisa sempre estar atualizada aos novos tempos, mas com para atingir esta meta não se deve sacrificar o que lhe é essencial e faz parte de sua identidade mais profunda.

O Papa Francisco disse que a Igreja deve tomar cuidado para não se tornar uma ONG, ou seja, temos que evitar que se torne uma instituição sem a correta espiritualidade e mística. Se isso ocorre, não passaremos de repetidores de atos com discursos vazios. Precisamos urgentemente retornar ao caminho espiritual e místico da Igreja, em que levamos o Cristo Ressuscitado, cremos na sua existência e na sua ação, bem como vivenciamos a fé como deve ser feito.

Precisamos de sacerdotes (e bispos) com coragem de mostrar ao mundo que são diferentes, tanto em ações como nos símbolos visíveis. Precisamos de leigos comprometidos que não sejam apenas "papagaios de piratas" que ficam repetindo e jogando informações, mas que antes de tudo vivam a sua fé com toda a espiritualidade possível. Precisamos de sacerdotes e leigos que queiram viver a liturgia como ela deve ser vivida, e pratica-la de forma profunda.

A Igreja passa por uma grande crise em virtude desta perda dos símbolos, que se refletem na liturgia, catequese e ações pastorais, mas também afeta muito a identidade mística e espiritual da Igreja e seus membros. Isso só se combate com oração, vivência litúrgica e estudo da doutrina e magistério.

_____________________________________
Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, O esvaziamento da Igreja Católica, publicado em 28/09/14 no site “André Brandalise” - http://www.alobrandalise.com/2014/09/o-esvaziamento-da-igreja-catolica.html

16 comentários:

  1. Guilherme Augusto De Oliveira28 de setembro de 2014 às 14:51

    Muito bom e explicativo o texto. Me ajudou muito a ter uma visão mais ampla sobre os símbolos, que atualmente, perderam tanto o sentido nos dias atuais.

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  2. Guilherme, fico feliz que tenha lhe ajudado. Que Deus o abençoe

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  3. Muito bom. Mas difícil de ser aplicado. Ainda mais quando o Padre de sua Paróquia vivi com esta falta de zelo.

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  4. Mas não podemos desistir. Reze, tenha fé, e no que puder, faça você, dê o exemplo.

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  5. Sim, armado com a espada da Fé estou lutando para tentar levantar de poeira.

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  6. Curso bíblico

    Eu sou
    apenas um fiel católico que tem sede de Jesus,

    Eu sou
    um pai de família que tinha o sonho de um dia ser padre, mas a pobreza
    financeira não me deixou realizar este sonho, pois não pude concluir meus
    estudos. Foi então que um protestante
    disse pra mim, você pode ser pastor! Me interessei, e com isso eu passei
    por 3 igrejas diferentes, não me tornei pastor pois não acreditava em um novo
    batismo ”o que eles dizem conversão” comecei a estudar a fundo a fé católica,
    sou um observador do comportamento de fieis, se perguntarmos aos católicos o
    que acham e o que faltam. Todos dizem não sei acho que ta bom asim.

    Na
    verdade as pessoas vão a missa só porque não tem nada pra fazer em casa, pois
    se tiver pelo menos um quintal pra varrer elas não vão a missa.

    O dia
    que esses mesmos católicos que estão em casa sem fazer nada, e algum
    protestante bate a sua porta e diz. Vamos a igreja ouvir a palavra? Esses
    mesmos católicos vão e se tornam protestante radical. E o único motivo pra isso
    e que as pessoas tem sede de Jesus. As pessoas vão a missa apenas em um ato
    mecanizado, pois essas mesmas pessoas não sabe a maravilha que e a missa, o dia
    que essas mesmas pessoas descobrir que a missa e o céu na terra nos
    teremos igrejas lotadas.

    Sou
    apaixonado pela missa, mas só cheguei a essa conclusão após fazer um curso
    bíblico em um site chamado (http://www.salvationhistory.com/) de um ex-pastor protestante.

    Será que
    e tão difícil nos católicos dar um curso bíblico pelo menos uma vez por mês.
    Será que as paroquias não podem incentivar cursos bíblicos.

    OBS. Não adianta querer ensinar o catecismo sem antes ensinar o
    que e a missa.

    As pessoas tem que ver a missa na bíblia para se apaixonar.

    Embora sou um leigo semianalfabeto estou organizando 4 apostila de
    cursos bíblico retirado do site(http://www.salvationhistory.com/) e em breve se o bispo me
    autorizar eu irei dar curso bíblico na paroquia que eu frequento.

    Os
    católicos só serão verdadeiramente católicos com curso bíblico, se alguém
    quiser pagar pra ver e só botar em pratica o que eu disse.





    sou apaixonado pela fé católica.
    Joaquim – D.F.

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  7. Vera Lucia Souza Macedo29 de setembro de 2014 às 10:43

    Eu concordo com o seu texto, pois sou católica e não me vejo diferente. Posso dizer que não sou eu que estou na Igreja católica, é a Igreja que está em mim.

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  8. Sua medida é muito boa Joaquim, para que possamos ajudar a Igreja em seu imenso trabalho

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  9. Vera, a ideia é que possamos buscar sempre mais.

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  10. Aqui em Goiânia tem um Padre que faz a diferença. Só anda paramentado, usa bíblia nas missas, comunhão somente na boca, além de fazer acontecer Mateus 25 na vida da Igreja. O nome dele é Padre Luiz Augusto. Ele é um ótimo exemplo para sentirmos muito orgulho de ser católicos

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  11. Padre André! Sou seminarista religioso, e recebi a instrução de um de meus formadores, que eu não devo receber a Sagrada Comunhão de joelhos! Como eu faço para comprovar (um documento, um encíclica, etc) à ele, que essa colocação é equivocada? Pois, como o sr. disse "é a exceção ... mas que acabou "virando regra"."
    Certa vez ele me perguntou: "porque eu recebo a comunhão de joelhos?". O que eu devo responder?


    Graça e Paz!

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  12. Precisamos de mais exemplos como este. reze por ele sempre, e o auxilie quando puder.

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  13. Meu caro, não sou padre, sou leigo casado.

    Sobre o questionamento, que tal começar com a "Redemptionis Sacramentum"

    [91.] Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber». Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.

    [92.] Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.

    Ainda, as normas litúrgicas são bem claras em afirmar que “os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão.” (Notificação da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de Abril de 1985). Aqueles que comungam na mão precisam atentar, ainda, para que não se percam pequenos fragmentos da Hóstia Consagrada, nos quais também Nosso Senhor esta presente por inteiro – isto seria, de fato, uma profanação. Também se permitiu, em alguns locais, que se receba o Corpo de Nosso Senhor estando em pé. Mas da mesma forma que a Sagrada Comunhão na mão, isto se permitiu como uma concessão à regra tradicional, afirmando-se que os que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo. É o que afirma a Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos:

    “A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (…) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (…) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (….) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral.” (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003.

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  14. Muito bacana a foto do Pe. Zanotti! Eu o conheci e ele me disse algo que foi decisivo para a minha vocação. Ele é mais do que um bom sacerdote: é um pastor realmente atento às necessidades dos seus fiéis. Obrigado por lembrá-lo. O texto está muito bom!

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  15. Obrigado. Busquei a imagem de um sacerdote estrangeiro para usar como exemplo, apesar de conhecer vários brasileiros que poderia colocar.

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  16. André, a paz! Onde vou à Missa, o padre não gosta de que se ajoelhe nem no ato de consagração, por considerar que as cadeiras fazem barulho que dispersa, por isso sempre tive receio de ajoelhar para receber a comunhão =\\ o que me aconselha?

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