Eu criei a imagem ao lado em 20/11/2011 (alterei a imagem retirando a foto em que as pessoas estavam dançando, pois estes, ainda que agindo de forma errada perante as normas da Igreja Católica, sentiram-se ofendidos), foi bastante compartilhada no Facebook com a seguinte "campanha":
CAMPANHA PAREM DE INVENTAR NA MISSA
Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.
(Para Bento XVI)
Gerou muita discussão, tanto pelos que defendiam a dança na Missa, quanto pelos que diziam que era um desrespeito aos que estavam dançando, pois estavam sendo exposto e etc.
No domingo, também no Facebook, apareceu uma imagem de uma carta que também gerou discussão. Esta aí:
"Essa Congregação escreve em resposta à sua carta de 25 de junho, sobre performances de uma dança litúrgica e intervenção dramática em sua paróquia.
As normas litúrgicas sobre o Rito Romano não preveem a utilização de dança ou drama na Sacra Liturgia, a menos que leis particulares tenham sido geradas pela conferência episcopal e aprovadas pela Santa Sé. Qualquer outra prática deve ser considerada abuso.
Essas atividades poderiam ser úteis, entretanto, fora da Sacra Liturgia, no trabalho catequético e de evangelização se propriamente dirigido pelo Bispo e seu clero.
Nós encorajaríamos a chamar a atenção para a responsabilidade de sua paróquia sobre essas questões. Persistindo quaisquer desrespeitos às normas litúrgicas, a matéria deve ser levada ao Bispo Diocesano.
Grato pelo seu zelo sobre a Sagrada Liturgia,
Pe. Anthony Ward, SM,
Subsecretário"
As normas litúrgicas sobre o Rito Romano não preveem a utilização de dança ou drama na Sacra Liturgia, a menos que leis particulares tenham sido geradas pela conferência episcopal e aprovadas pela Santa Sé. Qualquer outra prática deve ser considerada abuso.
Essas atividades poderiam ser úteis, entretanto, fora da Sacra Liturgia, no trabalho catequético e de evangelização se propriamente dirigido pelo Bispo e seu clero.
Nós encorajaríamos a chamar a atenção para a responsabilidade de sua paróquia sobre essas questões. Persistindo quaisquer desrespeitos às normas litúrgicas, a matéria deve ser levada ao Bispo Diocesano.
Grato pelo seu zelo sobre a Sagrada Liturgia,
Pe. Anthony Ward, SM,
Subsecretário"
O que aprendemos sobre esta carta? Vamos por partes:
1. de forma geral não há previsão de utilização de dança ou teatro na Sagrada Liturgia.
Bom, até aí não tinha nenhuma novidade. Na verdade muitos diziam que como não tinha previsão, podia fazer ... mas vamos adiante.
2. pode até existir previsão, mas isso só ocorrerá se a conferência episcopal propor e a Santa Sé aprovar.
OPA!!! Quer então que é possível ter previsão em norma da Igreja autorizando uso de dança e teatro durante a Santa Missa??? Pois é, pode sim. MAAAAAASSSSS, para isso ocorrer no Brasil, a CNBB teria que propor esta alteração (ou inclusão) nas normas litúrgicas, e a Santa Sé (para os que não sabem, o Vaticano) aprovar.
Ocorre que nem a CNBB fez esta proposição, e muito menos a Santa Sé aprovou qualquer coisa deste tipo.
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| Dança retirada da imagem para evitar reclamações |
Mesmo assim, dá para fazer? A resposta é direta: NÃO! A carta é bem clara dizendo que, se não há previsão expressa (proposta pela CNBB e aprovada pela Santa Sé), se fizerem está errado e seria um abuso.
Isso significa que não adianta dizer que "a dança é um tipo de adoração", "ela serve para tocar os corações", "cada um tem um jeito de pensar e só Deus pode nos julgar", etc.. Isso não interessa, pois esta carta é uma manifestação expressa de que não pode, e só poderia se a norma autorizasse.
Veja que o documento fala que a dança poderá ser útil na evangelização, mas fora Sagrada Liturgia. Portanto, os grupos e ministérios de dança não só podem como devem existir, mas não devem atuar durante os atos litúrgicos (e aqui se inclui a adoração ao Santíssimo Sacramento).
DETALHE: se não pode ter dança na liturgia, por óbvio não existe dança litúrgica!!!
O documento apenas reitera o que já disse o Eminentíssimo Cardeal Francis Arinze, ex-prefeito da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos:
Ninguém é obrigado a ser católico ... mas se alguém decide ser, deve seguir a hierarquia da Igreja e suas normas.
Isso significa que devo seguir cegamente, mesmo achando que está errado? Sinceramente, eu recomendo que antes da pessoa sair por aí batendo no peito dizendo que é católico, que estude os principais pontos que lhe incomodam, e após ver qual é o fundamento da Igreja para aquele posicionamento, aí sim decidir.
SER católico é muito mais do que ir à Missa, muito mais do rezar um terço, gostar deste ou daquele santo. Ser católico, antes de tudo, é aderir à Igreja em um todo.
Vejo muitos que criticam os protestantes, mas os católicos que ficam indo contra o que diz à Igreja Católica são tão protestantes quanto os que eles mesmo criticam.
Por isso, se você quer dançar na Missa ... não fique na Igreja Católica. Não é a boa vontade que impera neste momento, mas sim a obediência à Igreja ... e aqui ouso dizer que se o seu padre ou bispo disser para fazer algo que vai contra as normas da Igreja, você não deve seguir. Siga o que diz a norma e não errará nunca ... simples assim.
Bom, para quem queria algo escrito sobre se pode dança na Missa, tem aí de forma oficial.
Agora é fazer a sua escolha: vai seguir o que diz a Igreja ... ou se tornará protestante dentro dela?
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Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, A dança e a Missa ... sim, de novo, publicado em 24/10/12 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com/2012/10/a-danca-e-missa-sim-de-novo.html
Vale o artigo:
ResponderExcluirhttp://www.salvemaliturgia.com/2012/10/palmas-na-santa-missa-pode-ou-nao.html
Eu vi essa carta no Facebook. Ela foi uma resposta a uma simples pergunta ou a pessoa fez uma denúncia?
ResponderExcluirFoi uma consulta feita ao Vaticano.
ResponderExcluirAndré,e o que dizer a respeito das danças inseridas em momentos como o Prelúdio de uma Missa?Seriam válidas ou abusos litúrgicos?
ResponderExcluirDeus abençoe seu apostolado!
Eu particularmente não gosto, pois não dá para ser uma coisa antes e outra depois. O certo mesmo é que durante não pode.
ResponderExcluirOlá André, Eu sou o responsável por essa foto que gentilmente você divulgou sem minha autorização. Primeiro, gostaria de te informar que isso é CRIME e antes de tudo, um desrespeito. Mas antes de mais nada, gostaria de deixar poucas palavras para a vossa pessoa.
ResponderExcluir(Aquele que está segurando o lecionário sou eu e foi eu que preparei essa presentação, assim como tantas outras que realizamos em toda a Diocese de São joão del-Rei)
Gostaria de te informar, que fazemos SIM danças e muita dramaturgia (peças teatrais) pois essa é uma forma de evangelizar e incentivar os jovens e crianças a participar da igreja e não ficar exposta a violência, aos vícios, aos erros, que estão cada vez mais comuns no nosso cotidiano.
Poderia falar muito mais sobre isso, mas não é meu dever e muito menos o certo. Cada um tem seu jeito e sua opinião. não discordo da sua, mas acho totalmente desrespeitoso um católico fazer tal situação há um dos grupos mais falados em todas a Diocese que evangeliza tantas pessoas. E deixo apenas uma pergunta para você. Quantas pessoas (jovens) você ajudou e evangelizou através de suas cartas e documentos? Se foi muitos, ótimo, pois afinal, pragamos o mesmo Deus e os mesmos princípios. Agora se não, será que somos nós que devemos mudar os nossos atos?
Desculpe por alguma coisa e muito obrigado!
Peço carecidamente, que quando for usar alguma foto minha, peço que avise, pois temos fotos muito melhores que essa para demonstrar nosso trabalho!
CARA QUE FALTA DE RESPEITO COM O PESSOAL DA IAJM E VC NEM TEM DIREITOS NA FOTO QUE NEM FOI TIRADA POR VC ¬¬
ResponderExcluirLucas, eu agradeço você se manifestar aqui, no entanto sua mensagem apresenta alguns equívocos que gostaria de esclarecer.
ResponderExcluirPrimeiro: a imagem foi usada a partir de uma consulta ao Google, e me recordo que no local onde encontrei não havia nenhuma restrição quanto ao seu uso.
Segundo: esta imagem foi utilizada porque não era possível identificar as pessoas que estavam dançando, pois não havia nitidez e nem foco nos rostos. Inclusive eu teria fotos que mostram melhor o equívoco da dança litúrgica, mas infelizmente os rostos apareceriam com muita nitidez, isso sem falar em fotos de amigos (que sabem da posição fundamentada nas normas da Igreja Católica que defendo) e cometem o mesmo erro.
Terceiro: a utilização desta imagem não configura crime, sendo no máximo um mera violação de direito autoral. Tendo em vista minha formação acadêmica e profissional, como advogado já sabia disso, mas ara se evitar qualquer problema consultei um amigo que é da área penal e ele confirmou esta posição jurídica.
Quarto: você tem por opinião de que o uso de danças e dramaturgia durante a celebração da Santa Missa não seria errado, e acredita que minha opinião é diferente. Seu equívoco é lidar com este assunto na base das "opiniões", sendo que, conforme expus neste texto e em outros do blog, não tenho minha posição com base em opinião (o que eu acho certo ou errado), mas sim tenho com base nas normas da Igreja, bem como as palavras daqueles que são responsáveis pela Sagrada Liturgia na Igreja Católica (como é o caso do Cardeal Arinze - vídeo no corpo do texto).
Quinto: você expressa que acha errado que eu fale algo contra um dos grupos mais falados na Diocese de São João Del Rei. Mas te pergunto: em que momento falei contra vocês? Em que momento eu citei o grupo que você participa, ou qualquer pessoa da Diocese de São João Del Rei? O texto é uma crítica clara e fundamentada contra danças e afins durante a Santa Missa, sem citar nomes.
Sexto: você pergunta se meus textos ajudam ou ajudaram alguém ... olha, eu me valho pelos comentários que recebi no blog e fora dele, e até onde sei tem gerado frutos valiosos. Posso recomendar a leitura deste texto e seus comentários para exemplificar: http://alobrandalise.blogspot.com.br/2012/04/e-melhor-dadiva-da-ignorancia-ou-dor-da.html
Sétimo: você me pede que se eu for usar alguma foto sua, que eu lhe peça porque teria imagens melhores. Poderia até fazer isto, mas não sei se você gostaria do resultado. Claramente o que vocês fazem (dança e dramaturgia durante a Santa Missa) é algo errado (contra as normas e tradição da Igreja Católica), e seu eu fosse usar e comentar com certeza você ou qualquer de seus amigos iriam ficar muito chateados (senão bravos). Acredito que não seria uma boa opção.
Oitavo: você veio e me criticou quanto aos meus comentários, mas vejo que em momento algum disse que estão errados. Pelo contrário, disse se tratar da minha opinião, e como cada um tem a sua, fica do jeito que está. Como disse antes, não se trata de opinião, mas de certeza (da minha parte) de que estes atos (danças e dramaturgia durante a celebração da Santa Missa) são completamente errados, e isso com base nas normas e tradição da Igreja Católica, e palavras de quem é responsável por este setor no Vaticano. Assim, como neste caso sou meramente uma pessoa que apenas está retransmitindo as sábias e corretas palavras da Igreja Católica, com certeza não estou errado, e no mínimo você deveria refletir se seus atos não estão em desacordo com a Santa Sé.
Para se evitar maiores discussões inócuas, em consideração a você e a seus amigos, retirei as imagens. Deixo claro que o fiz apenas por consideração a você e a seus amigos, mas certíssimo de que os atos (dança e dramaturgia durante a celebração da Santa Missa) é um grande erro que ofende a Sagrada Liturgia e à própria Igreja Católica, eis que vai contra suas normas e tradição.
Bom, fico por aqui. Obrigado e desculpe por alguma coisa.
Bom a Igreja precisa de uma reforma urgente. Só que, os que precisam de uma reforma mais urgente ainda são os tradicionalistas que vivem preso ao passado. Se não aceitam certos acontecimentos, não participem. A intenção da IAM é levar a Palavra de Deus a todos, e em momento algum ao meu ponto de vista, ofendeu a Igreja ou desvalorizou a Santa Missa. Continuem os belíssimos trabalhos de Evangelização, seja com dança, musica. Acho que isso enriquece ainda mais a celebração. Fica aqui a minha resposta aos ataques dessa meia dúzia de tradicionalistas que se julgam os santos da Igreja Católica.
ResponderExcluirEndereço, vejo que você não leu nada do texto. Assim é fácil chegar em um local e falar mal. Se tivesse lido veria que está se defendendo a posição da Igreja, posição que ela expressou via carta (consta no texto e é datada de 10/09/2012 - portanto é recentíssima) e pelo que expressou o Cardeal Arinze. Se você prefere agir de forma contrária ao que diz a Santa Sé, fique à vontade. Eu prefiro ficar com a Igreja, o Papa e a Santa Sé. E por favor, em nenhum momento do texto eu falei contra o grupo.
ResponderExcluirVou deixar minha singela contribuição.
ResponderExcluirVamos fazer assim então. Assinale a alternativa que mais lhe convém:
a. A orientação da Igreja é que a Dança "litúrgica" NÃO PODE ser realizada na Liturgia - e eu concordo com isso;
b. A orientação da Igreja é que a Dança "litúrgica" NÃO PODE ser realizada na Liturgia - e eu NÃO concordo com isso
c. A orientação da Igreja é que a Dança "litúrgica" PODE ser realizada na Liturgia - e eu concordo com isso
d. A orientação da Igreja é que a Dança "litúrgica" PODE ser realizada na Liturgia - e eu NÃO concordo com isso
Assim acho mais fácil, né? Cada um escolhe o que acha...
Recentemente, numa certa rede social muito conhecida, que começa com "F" e termina com "acebook", um amigo nosso em comum, prezado Branda, postou um link sobre esse tema. E você mesmo postou lá seu comentário (assim como eu).
ResponderExcluirMas é interessante, caro Branda, como tem certos irmãos que se queimam fácil quando vê gente comentando que se faz - ou se fez - tais práticas errôneas em sua comunidade-grupo-paróquia, e muitas vezes aqueles respondem de modo tão inflamado, descambando até pra intolerância, pra ironia ou, simplesmente, pra corriqueira falta de caridade...
Eu, particularmente, não vejo nenhum mal em comentarmos sobre nossos equívocos - sejam eles passados ou presentes - pois é no reconhecimento de que "somos os menores, somos os piores" que temos a possibilidade de crescermos na tão propalada (mas nem sempre vivida) humildade.
Considero, sim, que todos nós temos que aprender diretamente do que ensina o Magistério e, sem exagerado amor-próprio, acolhermos a verdade sobre nossos muitos erros e equívocos, sejam eles pessoais ou comunitários. Certamente, o Senhor que é pura bondade, nos vê com compaixão. Diferentemente de alguns de nossos pares, que acham modelo de seguimento destratar o irmão quando se vêem acuados pela mesma verdade.
Abçs!