quarta-feira, 11 de abril de 2012

Existem limites para investigar as águas de Cachoeira?


O amigo Daniel Weidman publicou em seu blog algo que me traz preocupação em relação à possibilidade de que as investigações da Polícia Federal estejam sendo direcionadas.

Se efetivamente isto está ocorrendo, que tipo de democracia estaremos vivendo? Desse jeito logo estaremos igual à Venezuela de Hugo Chavez.

Deixo claro que acredito que o Senador Demóstenes deve ser investigado e punido (se for o caso), assim como qualquer outra pessoa que mantenha relacionamento inapropriado com o Sr. Cachoeira, INDEPENDENTEMENTE DE PARTIDO. O Governo de Goías deve sofrer uma dura investigação, e pelas últimas notícias, o governo do Distrito Federal também.

É importante lembrar que o Sr. Cachoeira não apareceu no cenário nacional apenas agora, mas sim em 2004 quando veio a denunciar um esquema de corrupção envolvendo o assessor (e amigo de anos) do ex-Ministro da Casa Civil, José Dirceu. Destaque-se que neste ano ainda o Sr. Cachoeira e o ex-assessor do Zé Dirceu, Sr. Waldomiro Diniz, foram condenados assim:

- Waldomiro Diniz da Silva foi condenado às penas de 12 anos de reclusão, três anos de detenção, 240 dias-multa e multa de R$ 170 mil;
- Carlinhos Cachoeira foi condenado às penas de oito anos de reclusão, dois anos e seis meses de detenção, 160 dias-multa e multa de R$ 85 mil.

Já se vê que pelo histórico de Cachoeira, qualquer relacionamento de um político com ele é digno de investigação. 

Vemos que no Brasil temos vários "Poderosos Chefões". É Daniel Dantas, Carlinhos Cachoeira, Marcos Valério, ... quem mais vai aparecer?

Bom, seguem os textos (manifestação do Daniel e texto do Leonardo bruno) para reflexão: 

Este texto reflete, exatamente, o meu pensamento.
Estava me inquietando com a demora em aparecer artigos expondo a realidade nua e crua por trás do atual teatro da tragédia nacional.
Atentem que o problema maior não é o Demóstenes Torres ser apanhado em tremendas falcatruas. Deveria ser assim com todos os demais que estão na mesma linha de prática.
O problema de fato está em que se montou no Brasil um sistema policialesco que visa somente derrotar e destruir os que não compões a base aliada.
Talvez um dia venha a público (o que vai ser difícil, mas espero) o que está acontecendo com a Polícia Federal e demais órgãos de investigação. Tenho conversado com Delegados da Polícia Federal e acompanhado as ações do "MInistério da Justiça" e descoberto coisas aterradoras.
Por exemplo: a Polícia Federal, desde o final do governo Lula, não pode mais realizar investigações livremente. Primeiro tem que comunicar ao Ministro da Justiça e este autoriza ou não... Curiosamente, desde que assim foi determinado por regras internas do Ministério doa Justiça/Polícia Federal, não se apurou mais nenhum crime praticado pelos que estão ligados ao governo. Só se apura os crimes dos opositores.
Com isso creio que entenderão o contexto do artigo abaixo.

DRWeidman

ESCRITO POR LEONARDO BRUNO | 04 ABRIL 2012

A fraqueza de políticos como Demóstenes Torres é ignorar que não estão mais numa realidade democrática elementar.

Curioso o alarido histérico de parte da imprensa em torno do senador Demóstenes Torres, que acaba de sair do DEM. Não que os pecados dele devam ir para debaixo do pano. Todavia, o pecado maior não foi o de ser amigo de um delinqüente vulgar, de um bicheiro de caça-níqueis. O pecado maior mesmo foi de não ter sido amigo de delinqüentes bem maiores. E, lembremos delinqüentes maiores de esquerda. Alguém supera o PT neste ínterim? Duvido.
As safadezas do governo Lula e Dilma são coisas de crime organizado, perto das delinqüências menores de pivete de Demóstenes. Lula e Dilma podem ser amigos do tiranete Hugo Chávez, do narcotraficante Evo Morales, dos terroristas das FARCs, do fanático islâmico Ahmadinejad ou do jurássico stalinista do Caribe, Fidel Castro. Ou bem menos, podem ser amiguinhos de Zé Dirceu e Marcos Valério. Mas na imprensa, tudo isso é só silêncio...
Quase sempre desconfio de marchas contra a corrupção. Pois, no final das contas, por trás de tais moralismos, sempre há um corrupto acusando o outro. Neste caso particular, os petistas se promoveram justamente com a tal “ética na política”, criando dossiês e fábrica de espionagem na vida privada alheia, parasitando os podres alheios, enquanto escondiam os seus. Criaram uma ética de delação generalizada, digna dos piores esquemas de patrulhamento soviético.
E foi assim que movimentaram uma turba estudantil de moleques analfabetos funcionais de cara pintada, para fazer coro à derrubada do ex-presidente Collor de Mello. Essa mesma juventude cretina e ignorante, que cospe na cara de inermes velhinhos militares da Reserva, enquanto bajulam e cantam loas à memória de terroristas, assaltantes de bancos e assassinos comunistas.
Concomitante a isso, o PT nos brindou com o mais ardiloso esquema de corrupção que a república presenciou em sua história, o mensalão. Isto porque o esquema petista foi apenas a ponta do iceberg de um completo e descarado aparelhamento do Estado pelo partido.  A imprensa, com algumas exceções notáveis, foi condescendente com as falcatruas monumentais do governo. Aliás, foi por causa dela (além da covardia da oposição), que Lula conseguiu se reeleger e ainda colocar sucessora, um poste chamado Dilma.
Foi diferente com Demóstenes? Sim. A Polícia Federal agiu como a KGB, quebrando a sua privacidade, sem qualquer reserva legal. E o STF, omisso, quase pondo na gaveta o processo das falcatruas petistas, foi rápido no ataque ao senador. Quebrou seu sigilo bancário e concluiu a destruição de sua reputação.
Surpreendente foi o posicionamento do DEM com relação a Demóstenes. O partido pediu sua cabeça e a deu de bandeja para os inimigos. Talvez o “problema” dos democratas é que seu espírito de máfia é fraco demais ou talvez ainda sobre uma certa aparência de decoro público. Decoro, inclusive, com o próprio governo, já que a oposição demonstra uma apática e infame covardia. Lula foi bem mais blindado pelos seus acólitos de partido, quando cinicamente dizia que o mensalão não existia e que não sabia de nada. Ou será que alguém acredita que o ex-presidente, com seu entourage todo envolvido com a bandalheira mensaleira, e com José Dirceu, depois cassado, não sabia de nada mesmo? Nem era necessária uma gravação para derrubar o ex-presidente. Bast ava o Congresso vergonha na cara, e acabaria com a carreira do PT. Ultimamente, porém, o Congresso prefere cassar ladrões de galinha ou batedores de carteira.

Mas não me iludo com políticos como Demóstenes Torres, ainda que tenha sido um grande estrago para uma oposição cada vez mais insignificante. A fraqueza de políticos como ele é ignorar que não estão mais numa realidade democrática elementar. Daí ter sido espionado e massacrado com relativa facilidade. Por isso, não me surpreendente mais a desproporção do caso. Dentro de uma república cada vez mais deformada, no que diz respeito ao cumprimento da legalidade, o pecado maior do senador foi não ter sido petista. Ou melhor, ter sido opositor do governo. Claro está que aos amigos tudo, aos inimigos, a lei.
E o jugo da lei está nas mãos do PT.
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Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, Existem limites para investigar as águas de Cachoeira?, publicado em 11/04/12 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com.br/2012/04/existem-limites-para-investigar-as.html

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