terça-feira, 3 de abril de 2012

De alguma forma a história se repete


O que escrevo agora é sem preconceito, apesar de não gostar de nenhumas das personalidades políticas a serem citadas.

Quando ocorreu a Revolução Russa havia uma pessoa que conseguia unir todos os grupos que se mobilizaram para que o proletariado tomasse o poder: Lenin. Ele era aclamado no partido, a população o olhava com esperança e admiração. Sabia o que e como falar, era um inspirador das massas e dos intelectuais, ainda que não fosse simpático, engraçado ou sorridente.

Claro, trazia um discurso de mudanças drásticas (sair do czarismo para um governo do povo) que mexia com todos na Rússia. Mas com o tempo logo viu que não teria como criar este novo governo se não fosse pela força, e aquela esperança de uma Rússia nova e melhor foi sendo destruída por uma dura realidade imposta.
Interessante que muitos acreditavam que quem assumiria o poder seria Trotsky, mas este abriu mão desta possibilidade pela sua linhagem judia (o que poderia trazer problemas diante de uma Europa antisemitista) e porque Lenin seria o mais adequado naquele momento.

Quando Lenin morreu se esperava que Trotsky assumisse ... mas a escolha foi por Stalin, que governou com uma mão de ferro pior que a de Lenin. O número de mortes durante seu governo foi altíssimo, e não era necessário ter motivos para isso.

Ok, agora chego ao ponto complicado do texto ... onde a história se repete.

Primeiro vamos deixar claro que a nesta comparação se deve guardar as devidas proporções: o passado sangrento e ditatorial do início da URSS não tem nenhuma relação com o estado democrático de direito que vive o Brasil.

No entanto, também temos o nosso Lenin: Lula. Assim como o careca russo, o barbudo brasileiro consegue unir todos os setores do PT, sabia (e ainda sabe) o que e como falar. Vinha com um discurso de mudanças (sair de um governo dos ricos e poderosos para um governo do povo), e claro que a palavra "mudança" fez toda a diferença naquele momento. Lula conseguia unir o povo e os intelectuais, e ao contrário do careca russo, era simpático, engraçado e sorridente.

Só que não teve tanta mudança assim. A política econômica era a mesma de antes, saúde e segurança a mesma porcaria (igual a antes), vários escândalos de corrupção (igual a antes), mas assim como o comunismo implantado na Rússia pelo careca, se buscou dar igualdade de condições a todos diante de ações custeadas pelo Estado (bolsa família, etc.).

Durante todo o governo Lula havia aquela conversa: quem vai ser o sucessor??? O primeiro nome era de Antonio Palocci, que era respeitado até por setores da oposição ... mas escândalos de corrupção acabaram com qualquer possibilidade dele ser o herdeiro do trono. Então começou a se pensar em José Dirceu, o grande companheiro e mentor de muitas ações do governo ... mas novamente a corrupção acabou com a possibilidade de colocar o Zé na disputa (GRAÇAS A DEUS).

Acabou o tempo de Lula no governo, e vejam como a história se repete. Se pensou assim: vamos pegar uma pessoa que seja dura em suas convicções e que tenha a imagem de ser dura contra a corrupção. Um pessoa que consiga ser firme o bastante para não ceder às dificuldades e dar continuidade ao governo ... apareceu o nosso Stálin: Dilma Vana Rousseff.

Ok, mas qual a semelhança com de Dilma e Stalin??? Ambos são conhecidos por serem duros com todos, e isso se comprova com os seguintes fatos:

- o ex-ministro José Dirceu já a chamou de "companheira de armas" (o que demonstra que ela gosta de uma briga);
- o presidente Hugo Chavez, grande apoiador de Dilma, fica feliz ao dizer que ela é "linha dura" ... se o Chavez pensa assim, aí tem coisa;
- a presidente nunca foi de nenhuma simpatia para lidar com a imprensa, nem mesmo durante o período eleitoral;
- o ex-vice-presidente José Alencar chegou a dizer que ela era "brava";
- a forma como lida com os membros do governo quando acusados de corrupção é sempre dura;
- o próprio PT já começa a não gostar do jeito duro da chefa;
- não é incomum (basta colocar no google) encontrar comparações de Dilma a Stalin na internet.

GRAÇAS A DEUS vivemos em um estado democrático de direito, pois se assim não fosse a ditadura  de Dilma seria tão complicada quanto a de Stalin, talvez não em relação ao número de mortes, mas com certeza haveria perseguição política e limitação da imprensa (que de certa forma estão tentando fazer).

Não é interessante como que, de alguma forma, a história se repete anos depois? Espero que essa semelhança fique nos pontos que citei acima ...
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Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, De alguma forma a história se repete, publicado em 03/04/12 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com.br/2012/04/de-alguma-forma-historia-se-repete.html

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