terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vivência da liturgia

O texto a seguir eu escrevi como forma de desabafo, em menos de 5 minutos, e foi publicado no blog Salvem a Liturgia, e logo depois no blog do meu amigo Carmadélio.

Entendi por publicá-lo novamente, por entender que o tema é sempre atual. Segue o texto: 

(...)
Confesso a todos que tenho esperança de que os católicos ... quer dizer, pelo menos aqueles que REALMENTE querem viver a fé católica ... ouçam as palavras do Santo Padre em relação à vivência litúrgica.

Não é de hoje que o Papa Bento XVI exorta a todos a mais correta vivência litúrgica, e não porque “tem que seguir as normas”, mas porque a correta aplicação das normas litúrgicas representa o devido zelo ao sagrado (que muito se perdeu nos dias de hoje) e um maior aprofundamento na vivência dos mistérios litúrgicos.

É importante lembrar que a liturgia é uma só, existe apenas a liturgia da Igreja Católica Apostólica Romana. Qualquer acréscimo realizado não significa que se trata de liturgia própria desta ou aquela expressão dentro da Igreja. Não é a liturgia que deve se adaptar aos fiéis, mas os fiéis que devem se adaptar à liturgia. E já vi algumas vezes a inversão dos valores.

E diante disso, temos uma situação que já ouvi muito: “a lei mata”. Essa é uma das frases mais ridículas que já ouvi, e que muitos gostam de usar para não cumprir as normas litúrgicas.

Como advogado lido com leis e aprendi desde a faculdade que cada norma somente pode ser feita pela pessoa competente e por determinada situação. No caso das normas litúrgicas, estas foram criadas pelas pessoas competentes dentro da Igreja e buscam a melhor e mais correta vivência da liturgia. Diversos documentos da Igreja e pronunciamentos dos Santos Padres (inclusive o Papa Bento XVI) reforçam esta vivência mais correta da liturgia, o que mantêm a validade de cada letra nas normas litúrgicas.

Há quem olhe a liturgia como uma seqüência de atos e que a norma não passa de um regulamento. Mas quem decide reconhecer a norma litúrgica como fruto da vontade divina para a melhor vivência dos mistérios litúrgicos, vê que ela é de enorme importância para a vida da e na Igreja. Dentro da importância da celebração litúrgica, de forma especial a celebração eucarística, a Santa Sé já nos deixou claro:

Mas a liturgia é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de que promana sua força. Os trabalhos apostólicos visam a que todos, como filhos de Deus, pela fé e pelo batismo, se reúnam para louvar a Deus na Igreja, participar do sacrifício e da ceia do Senhor.
(Constituição sobre a sagrada liturgia Sacrosanctum Concilium, 10)

Assim, dizer que “a lei mata” é (para mim) ridículo, pois é praticamente retirar a competência de quem escreveu e a validade da norma.

Tanto se luta contra a relativização na sociedade atual (luta justíssima), mas se vê que MUITOS comentem erro semelhante dentro da Igreja ao se relativizar a norma litúrgica. Persistir nesta relativização da norma litúrgica para adequá-la ao que é mais conveniente, representa bem o que se passa no coração da pessoa.

SER católico é ADERIR VERDADEIRAMENTE ao que nos diz a Santa Igreja (que é MÃE e MESTRA), INCLUSIVE ÀS NORMAS LITÚRGICAS!!!!!

DIZER-SE católico é ADERIR EM PARTE, só no que convém e relativizando o que diz a Igreja para que se sinta mais confortável de acordo com os seus achismos.
(...)

O texto não foi muito elaborado (depois escrevi outros sobre o tema em que me dediquei mais), mas gosto muito dele.

Realmente hoje muitos querem mudar muitas coisas na Igreja, desde a liturgia a dogmas. Ora, ninguém é obrigado a ser católico e se a pessoa não concorda coma Igreja, melhor que não seja mesmo. Mas se quer SER CATÓLICO, saiba que é comprar pacote fechado. Não é igual a estante de supermercado em que se escolhe o que quer e de qual marca. SER é diferente de ESTAR EM.

A Igreja Católica não é igual a uma quitanda. É uma instituição séria, com tradição de 2000 anos, e que não precisa se adaptar à sociedade ... gostem ou não.

OBS: só quero lembrar que ninguém é obrigado a concordar comigo, e se quiser debater estou aí. Mas comentários com ofensas serão lidos apenas uma vez e apago mesmo. Democracia exige respeito e aqui é assim: my place, my rules

Um comentário:

  1. 1. Atribuir o título de "Padre da Igreja" ao Santo Padre Bento XVI e fazê-lo quase um "Doutor" é um fato ousado que aplaudo com muito gosto.

    2. Falar da adequação das normas litúrgicas aos gostos, muitíssimas vezes, estéticos e sentimentalistas das pessoas, transmite uma constatação de que precisamos nos adequar, sim, ao "Outro" por excelência, isto é, Deus mesmo, como diziam tantos filósofos e teólogos.

    3. A postagem em forma de desabafo, mas nem por isso, menos elaborada, comprova o "amor pelas coisas do Senhor", às quais NSJC nos convoca a sermos fiéis, nas mínimas que sejam... a partir delas, poderemos muito mais, conforme a Vontade d'Aquele que nos ama com amor indizível.

    Parabéns, meu amado amigo e irmão. Conte comigo na empreitada da fidelitas ad volutatem Dei!

    Ave Maria Puríssima! T

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